terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Evocação a Olivença


Aqui fica um pequeno excerto evocando o significado cultural bem Português de Olivença, de nós para nós.

«Ir a Olivença é como percorrer, com todos os rituais que nos
são comuns, os labirintos de uma saudade bem nossa.
Aquela saudade que vem de dentro – do peito e da memória
remota – de cada um. É sempre uma viagem ao passado (de
muitos tempos) através dos dados identitários de diversificados
momentos que abruptamente vêm à tona, por entre os objectos,
as suas susceptibilidades e nós próprios.
Será (talvez) por estas razões que nos descobrimos inteiros em
Olivença. Ou também porque Olivença é um destino preferencial
de peregrinação. Diríamos mesmo de turismo de alma, rico e
único, nesta Europa em que afirmamos (ou pensamos afirmar)
que estamos integrados. Idas e voltas explicadas por coisas
inexplicadas. São sinais dos que chegam e dos que nunca lá
foram, porém, desejam saber como é.
Mas se atentarmos bem, presumimos que não se deve falar de
um turismo corrente ou espontâneo, pois ver ou rever as casas e
as chaminés comuns, as muralhas, os baluartes, o castelo e as
igrejas repletas de artes bem marcantes para o nosso espírito,
deixa-nos reconfortados e reconciliados.
Labirinto da nossa saudade são as ruas, os espaços e os largos,
onde em cada ângulo se levanta uma ponta do nosso
compromisso. Repositório de muitas destas imagens a partir das
quais, numa visão repartida, reflectimos – sem ressentimentos
nem subterfúgios – o companheirismo e a velha irmandade para
com Olivença e o seu povo».

[Do livro «Olivença no Labirinto da Saudade» de Marília Abel, Carlos
Consiglieri e Serrão de Faria]

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