domingo, 31 de janeiro de 2010

O ESTATUTO DA EXTREMADURA ESPANHOLA FOI ATRASADO... POR CAUSA DE OLIVENÇA!


"O novo estatuto autonómica da Extremadura Espanhola deverá ver a
sua aprovação
atrasada, e ser obrigado a contemplar a existência do Português de
Olivença e Táliga.

Recorde-se que, em 2008, o Português de Olivença e Táliga foi
considerado pelos
departamentos especializados da União Europeia como sendo uma
caracteríataca cultural
pouco acarinhada, e muito menos "protegida"... e isto
independentemente de considerações
sobre a legalidade da Soberania a que a região deverá obedecer.
Agora, nas Cortes espanhola (Parlamento), o Grupo parlamentar do
Bloco Nacionalista
Galego impediu a aprovação do Estatuto da Região da Extremadura,
exactamente porque
considera que o Português de Olivença é algo muito específico e já
alvo de reparos
europeus quanto à sua situação no terreno, e tal particularidade não
se encontrar
referida no Estatuto proposto. O grupo parlamentar em questão quer
também salvaguardar
outros aspectos, como o do dialecto "galaicoportuguês" que se fala en
el Valle de Jálima
(Serra da Gata).
Parece, pois, que apesar de alguma inexplicável quase indiferença
em Portugal, que
francamente não parece minimamente lógica, o Português de Olivença vai
somando algumas
vitórias, pelo que o grupo oliventino que por ele mais se bate (a
Associação "Além
Guadiana") se pode orgulhar de, em pouco tempo, estar a alcançar
sucessos notáveis.

Espera-se que, da parte de autoridades portuguesas, nomeadamente dos meios
intelectuais, surjam reacções de regozijo e apoio perante tais novos
desenvolvimentos.
Vamos a ver o que se seguirá!"

Estremoz, 17 de Dezembro de 2009
Carlos Eduardo da Cruz Luna

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Evocação a Olivença


Aqui fica um pequeno excerto evocando o significado cultural bem Português de Olivença, de nós para nós.

«Ir a Olivença é como percorrer, com todos os rituais que nos
são comuns, os labirintos de uma saudade bem nossa.
Aquela saudade que vem de dentro – do peito e da memória
remota – de cada um. É sempre uma viagem ao passado (de
muitos tempos) através dos dados identitários de diversificados
momentos que abruptamente vêm à tona, por entre os objectos,
as suas susceptibilidades e nós próprios.
Será (talvez) por estas razões que nos descobrimos inteiros em
Olivença. Ou também porque Olivença é um destino preferencial
de peregrinação. Diríamos mesmo de turismo de alma, rico e
único, nesta Europa em que afirmamos (ou pensamos afirmar)
que estamos integrados. Idas e voltas explicadas por coisas
inexplicadas. São sinais dos que chegam e dos que nunca lá
foram, porém, desejam saber como é.
Mas se atentarmos bem, presumimos que não se deve falar de
um turismo corrente ou espontâneo, pois ver ou rever as casas e
as chaminés comuns, as muralhas, os baluartes, o castelo e as
igrejas repletas de artes bem marcantes para o nosso espírito,
deixa-nos reconfortados e reconciliados.
Labirinto da nossa saudade são as ruas, os espaços e os largos,
onde em cada ângulo se levanta uma ponta do nosso
compromisso. Repositório de muitas destas imagens a partir das
quais, numa visão repartida, reflectimos – sem ressentimentos
nem subterfúgios – o companheirismo e a velha irmandade para
com Olivença e o seu povo».

[Do livro «Olivença no Labirinto da Saudade» de Marília Abel, Carlos
Consiglieri e Serrão de Faria]